Kamis, 28 April 2011

TIMOR LORO SAE DA DESCOBERTA � INVAS�O INDON�SIA

TIMOR    LORO   SAE 
DA   DESCOBERTA  �  INVAS�O  INDON�SIA
Autor : A. Monge da Silva , S�cio da AMOC
 Uma comiss�o de servi�o em Timor passada na zona de fronteira de Atabai, Balib�, Bobonaro e no enclave do O�-Cussi levou-nos a conhecer e amar aquela terra distante e o seu povo, h� s�culos m�rtir de interesses que n�o os seus.

 O objectivo deste trabalho � resumir em poucas p�ginas quatro s�culos da hist�ria escrita de Timor e destina-se fundamentalmente d�-la a conhecer aos camaradas militares que connosco passaram dois inesquec�veis anos da nossa juventude.
 Desde j� adiantamos que tal hist�ria � abundante de factos pouco lisonjeiros para qualquer das partes envolvidas: Timorenses, Portugueses, Holandeses, Indon�sios, Australianos e Americanos. S�o talvez os Chineses, nas m�os de quem sempre esteve o com�rcio, o povo que menos pecados possui.


O Povo, a L�ngua e a Organiza��o
 Basicamente, o povo � uma mistura pouco homog�nea de ra�as melan�sia e malaia. H� depois muita mistura de sangue Portugu�s, Africano, Indiano(de Goa), Chin�s e outros; h� at� uma il�gica tribo ruiva.
 Migra��es de diferentes ilhas existem na mem�ria de muitos reinos sob a forma de lendas. Esta origem diversificada � tamb�m confirmada pela l�ngua. Na parte Ocidental dominam o antoni e o tetum. Na metade Oriental n�o se sabe bem quantas h� pois algumas podem ser variantes de outras, mas podemos considerar o tetum, mabai, makassi, kemak, bunac, tocodede, galoli, dagada e baikeno; e variantes como o tetum-los, tetum-teric, tetum-belu e tetum-pra�a(ou tetum-Dili), sendo este �ltimo o mais divulgado por ser o usado pelos funcion�rios administrativos.
 Nunca houve em Timor uma uni�o pol�tica no sentido ocidental. O normal era o sistema de alian�as entre reinos, consolidada por casamentos e com mais ou menos influ�ncia sobre os reinos vizinhos. No per�odo inicial da presen�a Portuguesa em Timor havia dois p�los de influ�ncia: - Os Belos (Belu) na parte Oriental e os Vaikenos (Servi�o) na parte Ocidental. A presen�a de Portugueses e Holandeses apenas veio acrescentar um elemento novo ao sistemas de alian�as.
 Cada reino � chefiado por um liurai (r�gulo na parte portuguesa e raj� na parte holandesa). Abaixo destes v�em os dados que det�m o poder religioso. A n�vel mais baixo temos os chefes de suco. As revoltas alteraram profundamente as linhas din�sticas por imposi��o de novos r�gulos mais submissos ao poder vencedor.
Ao entrar no s�culo XX os r�gulos tinham perdido todo o seu antigo poder e, praticamente, eram simples funcion�rios administrativos que cobravam os impostos e seleccionavam os escravos destinados aos trabalhos decididos pela administra��o.


A Presen�a Estrangeira
 As primeiras refer�ncias sobre Timor v�m de escritos chineses de 1225 que se referiam ao s�ndalo a� produzidos. Os Portugueses chegaram � zona em 1515, mas, s� em 1556, os frades Dominicanos fundam uma col�nia e um forte em Lamaquera nas ilhas de Solor. Posteriormente, alargam a sua influ�ncia � ilha das Flores fundando outro forte em Larantuca. Em 1642 os mesmos frades estabelecem-se em Cup�o (Kupang) na ilha de Santa Cruz, mais tarde chamada Timor.
 Formaram-se nestes fortes grandes comunidades de Portugueses mesti�os. Para al�m da "for�a do sangue" Portugu�s, havia uma pol�tica r�gia de fomento ao casamento inter ra�as; at� os misison�rios deram grande ajuda. A estes Portugueses mesti�os era dado o nome de Portugueses pretos ou topasses (do Malaio, o que fala duas l�nguas).
 Entretanto chegaram � zona os Holandeses, que tomam a ilha de Solor(1636) e a fortaleza de Cup�o em Timor(1653), ficando a ilha das Flores a ser o principal centro do com�rcio Portugu�s. Solor muda de m�o v�rias vexes. Quando em 1642 Malaca � tomada pelos Holandeses, os topasses que a� residiam estabelecem-se em Larantuca, na ilha das Flores e em Mac��ar, nas ilhas Cel�bes.
 Em 1629 s�o referenciadas em Larantuca duas importantes fam�lias topasses: A de Jan d'Hornay, desertor Holand�s, e a fam�lia Costa, que depois se mudaram para Timor e deram origem a v�rias linhagens de r�gulos.
 At� ao in�cio do s�c. XIX, a presen�a portuguesa e Holandesa estava limitada �s povoa��es costeiras com portos e fortes, nunca tendo havido uma efectiva ocupa��o do interior. Tamb�m por isso n�o havia fronteiras definidas.
 O extremo isolamento da ilha, fez com que, desde muito cedo, esta fosse usada como destino de deportados de Goa, Macau, Mo�ambique e Portugal. Muitos Governadores e funcion�rios administrativos eram deportados ou pelo indesej�veis que convinha Ter longe dos centros de decis�o pol�tica. Quando, por exemplo, o Jap�o invadiu a ilha, haviam a� 300 Portugueses da Metr�pole dos quais 100 eram deportados.


O Com�rcio
 At� final do s�c. XVII e in�cio do s�c. XVIII o com�rcio principal era o s�ndalo. Timor tinha densas florestas de s�ndalo branco, o mais valioso. O seu destino era Macau e Bat�via (Jakarta).
Os escravos eram o produto das guerras entre os diversos reinos. Foram as guerras entre os d'Horney e os Costas a principal fonte de fornecimento de escravos para Bat�via e Macau durante os s�cs. XVII, XVIII e in�cio do XIX. De destaque o com�rcio de escravos para Banda cuja popula��o os Holandeses quase exterminaram em 1621.
 No s�culo XVIII o s�ndalo estava quase extinto e Timor ficou num marasmo econ�mico, de que s� saiu ligeiramente quando, em meados do s�c. XIX, foi introduzida a planta��o industrial de caf�.
 Ao longo de todos estes s�culos , a for�a do com�rcio esteve sempre nas m�os dos Chineses, ficando reservado a Portugueses e Holandeses o papel de meros agentes alfandeg�rios.
 As receitas da Fazenda provinham de uma subven��o anual enviada por Macau, das receitas da Alf�ndega e dos impostos aos habitantes. Nestes impostos aos habitantes sempre esteve a principal origem de todas as revoltas. Inicialmente havia o sistema de fintas (impostos em g�neros), pagas r�gulos e a obriga��o destes cederem m�o de obra gratuita (corveias) para o que fosse necess�rio. A cobran�a destas fintas era muitas vezes feita com grande viol�ncia. Posteriormente passou-se � capita��o de uma Pataca por fam�lia, sendo esse valor cobrado pelo r�gulo que retinha metade da receita. N�o havia por�m maneira de saber qual era a popula��o uma vez que esta desaparecia durante os censos. Em alternativa � capita��o havia a obrigatoriedade de ceder trabalho gratuito. A pris�o com trabalhos for�ados, o chicote e as palmatuadas eram o castigo dos prevaricadores; isto at� aos nossos dias.
 No final do s�c. XIX aparece o petr�leo que � pelo menos suficiente para a ilumina��o p�blica de Dili. Ao longo do s�c. XX s�o concedidas licen�as de explora��o a v�rias companhias mas, a 2� Guerra Mundial, interrompe tudo.
S� ap�s a invas�o de 1975 � finalmente retomada a prospec��o e explora��o no denominado Timor Gap.


A Guerra Ritual (Funu). As Revoltas
 Sempre existiu em Timor um estado de guerra entre reinos com a finalidade de roubar gado, terras, mulheres, escravos e obter trofeus (leia-se as cabe�as dos vencidos).
 Os assaltos a aldeias para roubar gado, a um e outro lado da fronteira, foi um problema que se manteve pelo menos at� � data da invas�o indon�sia.
Tradicionalmente, havia formas de resolver disputas entre reinos amigos mas, se n�o eram amigos, era enviado um emiss�rio a pedir satisfa��es; se este regressava de m�os vazias dava-se in�cio � guerra. Esta come�ava por um ritual, que consistia em p�r dois grupos a grande dist�ncia disparando tiros com velhas espingardas de mecha ou pederneira at� que havia o primeiro morto ; esta fase podia levar at� um ou mais meses. Havia ent�o uma pausa em que o vencedor recolhia a cabe�a do morto e os vencidos enterravam o corpo. Come�ava depois a guerra a s�rio que s� terminava com a derrota de um dos opositores, queima de todas as cabanas, fuga, morte ou escravid�o dos derrotados e, claro, uma grande colec��o de cabe�as que ficava espetada em paus frente � casa sagrada (uma lulic) dos vencedores. A pr�tica da recolha e exibi��o das cabe�as dos vencidos foi tamb�m adoptada pelos governantes Portugueses e Holandeses at� in�cio do s�c. XX. Os Holandeses tinham mesmo uma casa em Kupang para esse fim.
 Em 1860 o Governador Afonso de Castro escrevia (...) as rebeli�es em Timor t�m sido sucessivas, podendo dizer-se que a revolta � ali o estado normal e a tranquilidade o excepcional (...).
 De 1719 a 1769 d�-se a rebeli�o de Cailaco, uma revolta de topasses contra o dom�nio Portugu�s. Os topasses com o apoio de v�rios r�gulos, entrincheiram-se nas "Pedras de Cailaco", uma fortaleza natural a 2.000 metros de altitude onde nascem os rios Lois, Marobo e Lau-Heli. Chuvas torrenciais obrigam os Portugueses a levantar o cerco mas alguns dos reis cercados aceitam a derrota, juram fidelidade e passam a pagar as fintas (impostos em g�neros).
 At� 1912 h� rebeli�es constantes contra o pagamento de impostos. Em todas elas os Portugueses, por alian�a com outros reinos, procedem a sangrentas "pacifica��es", a �ltima das quais, a de Manufai, comandada pelo liurai D. Boaventura, se traduziu em 15.000 a 25.000 mortos e � �ltima exibi��o das cabe�as dos vencidos em Dili. O c�lebre r�gulo, D. Aleixo Corte-Real alinhou ao lado de Portugal. Gago Coutinho, comandando a canhoeira P�tria deu uma importante ajuda.
 Nunca houve na ilha uma unidade �tnica e lingu�stica, nem tampouco esta possu�a escrita. Logo, n�o existia uma unidade nacional, pelo que, de uma forma simplista, se podem considerar todas estas revoltas, como revoltas locais contra a cobran�a de impostos, ou atropelo aos costumes por parte dos governantes. Excep��o, talvez, � revolta de D. Boaventura, se bem que uma das raz�es estivesse na tentativa da administra��o de passar a capita��o de uma para duas Patacas.


As Capitais: - Kupang, Lifau e Dili
 N�o h� registos seguros sobre o primeiro estabelecimento Portugu�s em Timor. H� relatos sobre a constru��o de uma igreja em Mena em 1589-90.
Em 1630 � iniciada a evangeliza��o em Seterna com o baptismo do liurai de Siliban, algures entre Batugat� e Atapupo.
 Em 1642 os frades Dominicanos constr�em uma fortaleza rudimentar em Cup�o (Kupang). Em 1647 inicia-se a constru��o de um verdadeiro forte; � o primeiro estabelecimento militar Portugu�s em Timor, situado no melhor porto da ilha; em 1649, � comandado pelo Capit�o-Mor Francisco Carneiro. Em 1653 � tomado pelos holandeses e rebaptizado com o nome de Forte da Conc�rdia.
 Na sequ�ncia da Revolu��o do 1� de Dezembro de 1640 termina tamb�m a guerra com os holandeses; teoricamente apenas, pois, s� em 1661, � assinado o Tratado de Haia que estabelece que cada pot�ncia ficava com os territ�rios que j� controlava em Solor, Flores e Timor.
 Lifau torna-se ent�o o porto principal dos Portugueses. As tentativas para estabelecer a� uma governa��o, s�o por�m goradas pelo liurai Domingos da Costa que expulsa o primeiro governador em 1697, prende o segundo e reenvia-o para Macau.
 De 1673 a 1690 Solor, Flores e Timor s�o na realidade governados por um pr�ncipe independente, Ant�nio d'Horney que reconhece a soberania portuguesa mas n�o lhe obedece. Em 1690 � Domingos da Costa que toma o seu lugar, passando os d'Horney para r�gulos do O�-Cussi.
 S� por volta de 1702 Lifau passa a ser governada com mais rigor com a constru��o de um forte quadrangular de pedra solta com quatro baluartes e nove pe�as de artilharia, a Ermida de Santo Ant�nio, um hospital e, posteriormente, um semin�rio.
 Mas Lifau esteve sempre em guerra com o reino do O�-Cussi. Em 1734, s� a providencial chegada de um novo governador com refor�os adia o j� planeado abandono do forte. Em 1769, o liurai Francisco d'Horney, ataca de novo o forte e for�a o seu abandono e transfer�ncia da capital para Dili.
 Na praia (pantai em Malaio), poucos quil�metros a este de Lifau, vivia uma numerosa popula��o Mac��ar. Ap�s o abandono de Lifau � esta popula��o que d� origem � actual Pante Macassar. Mais tarde � a� constru�do um forte.
 Para al�m de um melhor porto, Dili tinha melhores condi��es defensivas pois estava situada numa vasta plan�cie pantanosa onde se podiam cultivar alimentos para a popula��o. � no entanto um foco de mal�ria e paludismo que v�tima quem l� se atreve a viver.


A Divis�o Territorial
 Merc� da rivalidade entre Holandeses e Portugueses a situa��o no in�cio do s�c. XIX � esta: - Portugal est� instalado em Solor, em parte das Flores e em Timor onde os Holandeses apenas controlam Kupang e reinos lim�trofes; Portugal tem ainda pequenas feitorias em diversas ilhas que reconhecem a soberania portuguesa. Em 1818, por press�o de mercadores chineses que n�o concordavam com os impostos � importa��o e exporta��o de mercadorias atrav�s de Atapupo, os Holandeses tomam este porto situado a oeste de Batugad�. V�rias dilig�ncias diplom�ticas d�o raz�o aos Holandeses.
 Em 1847, o r�gulo do O�-Cussi, descendente dos d'Hornay, envolve-se em disputa com Kupang ao reclamar territ�rios que os Holandeses consideravam seus. O Governador Silva Vieira diz ent�o que "considera portugueses os territ�rios que arvorassem a bandeira portuguesa e holandeses os que arvorassem a holandesa".
 Em 1850, mant�m-se as disputas envolvendo os Minist�rios dos Neg�cios Estrangeiros de ambos os pa�ses. Em 1851, chega a Timor o Governador Lopes Lima que � pouco depois demitido e nomeado comiss�rio paras as negocia��es com os holandeses. Lopes de Lima estava por�m envolvido em corrup��o e neg�cios pouco claros o que lhe limitava o poder negocial. O r�gulo de Larantuca nas Flores era visitado por Dili duas vezes por ano e estava ligado aos piratas beguineses. As rela��es com as outras ilhas eram ainda mais fracas. Excedendo os seus poderes, cedeu aos Holandeses Larantuca nas Flores e as ilhas de Solor. Em troca Portugal recebia 80.000 Florins. O Governo Portugu�s repudiou a divis�o e, em 1852, prendeu Lopes de Lima. Tamb�m n�o recebeu os 80.000 Florins. O tratado ficava sem efeito mas, na realidade, os Holandeses ficavam com as Ilhas das Flores e de Solor.
 Em 1858, Portugal prop�e-se ficar com toda a ilha de Timor e dar em troca os direitos sobre todas as outras ilhas mais um territ�rio em �frica. Infelizmente para os Timorenses os Holandeses n�o aceitaram.
Em 1860, pelo Tratado de Lisboa, � feita nova partilha: Portugal ficava com o enclave do O�-Cussi e a Holanda com os de Maucatar e Atapupo. Portugal cedia os enclaves na ilha das Flores e abandonava pretens�es sobre v�rias ilhas. Em troca recebia 200.000 Florins. Todas estas trocas foram feitas � revelia da popula��o local causando-lhes imensos problemas. Nas Flores, por exemplo, s� em 1905 � que os holandeses conseguiram debelar a rebeli�o resultante da divis�o. � tamb�m nesta data que Portugal ocupa militarmente a ilha de Ata�ro.
 Ficava o eterno problema dos enclaves e, em 1904, era feita nova divis�o: Portugal cedia os distritos de fronteira de Tahakay, Tamira-Ailala, Maubessi, Maoe-Boesa e Lamaras em troca de Maucatar, ficando assim estabelecida a divis�o actual. S� em 1910 os Holandeses terminam a pacifica��o resultante destas divis�es.
 Em 1909 h� ainda disputas no O�-Cussi devido a problemas de fronteira em Noimuti e Bikume; � quando o liurai do O�-Cussi prende um chefe Toenbaba.
Em 1911 Portugueses e Holandeses chegam a vias de facto. Portugal � derrotado e, pelas notas posteriores trocadas entre Lisboa e Haia, fica acordado que tudo fica como negociado em 1904. At� finais de 1911 mant�m-se algumas escaramu�as no O�-Cussi que originam um �xodo de 500 refugiados para o territ�rio Holand�s. Estas fronteiras mantiveram-se intactas at� 1975.


O S�culo XX
 Em 1941, na sequ�ncia da 2� Guerra Mundial, Timor � invadido por tropas Australianas com o protesto do Governo Portugu�s. Fontes Japonesas consideram que n�o foi uma invas�o e que o Governador pactua com os Australianos. Os Japoneses, j� estabelecidos na parte Holandesa da ilha, formam as denominadas "Colunas Negras", constitu�das por Timorenses de ambos os lados que atacam postos administrativos e causam a morte a v�rios soldados e funcion�rios Portugueses. Estas lutas, apesar de instigadas pelos Japoneses, s�o ainda o reflexo de antigas rebeli�es como a de Manufai.
 Em 1942, os Japoneses invadem Timor onde ficam algumas companhias Australianas que lhes d�o luta. Umas vezes com a hostilidade, mas sobretudo com o apoio das popula��es, estas companhias mant�m-se no territ�rio at� Dezembro de 1943. As "Colunas Negras", bra�o armado dos Japoneses, semeiam o terror entre a popula��o civil at� final da ocupa��o. O R�gulo D. Aleixo Corte-Real lidera uma importante revolta. Cercado pelas "Colunas Negras", posteriormente ajudadas pelas tropas Japonesas e j� sem muni��es, � finalmente capturado e morto. Estranhamente, ap�s quase tr�s anos de ocupa��o, n�o h� mesti�os Japoneses.
 Em 1945, apesar da hostilidade da Austr�lia que quer reocupar Timor, as tropas Japonesas rendem-se a Portugal depois de longas negocia��es internacionais. Portugal jogou nesta negocia��o o seu "joker" que foi a ced�ncia da base a�rea dos A�ores aos Estados Unidos. Finalizada a guerra, Timor n�o consegue qualquer repara��o do Jap�o sob o argumento de que Portugal n�o entrara na guerra.
 Inicia-se ent�o uma lenta recupera��o econ�mica do territ�rio mas n�o � feito grande investimento na educa��o. S� em 1952 � inaugurado um liceu em Dili.
 Em 1957, na sequ�ncia das pretens�es de Sukarno � parte da Nova Guin� ainda na posse dos Holandeses, levantaram-se d�vidas sobre se depois n�o iria tamb�m exigir o Born�u Brit�nico e o Timor Portugu�s ao que este teria respondido que n�o, e que tinha at� muito boas rela��es com os funcion�rios Portugueses de Timor. Prova-o durante a revolu��o comunista de 1960 em que Portugal devolveu � Indon�sia todos os supostos comunistas que procuravam ref�gio em Timor Oriental e que eram fuzilados � vista logo que passavam a fronteira.
 Em 1959 h� mais uma revolta em Viqueque instigada por oficiais indon�sios refugiados que Portugal autorizara a estabelecerem-se em Uatolari no distrito de Viqueque. Estes oficiais pertenciam ao movimento dissidente indon�sio Permesta e tinham o apoio da CIA americana. Exacerbando o car�cter tribal da revolta, o governador consegue formar uma mil�cia em Los Palos e esmagar a revolta numa semana sangrenta em que morreram 500 a 1.000 pessoas.
 Na sequ�ncia desta revolta � refor�ada a seguran�a do territ�rio e a PIDE passa a exercer um apertado controle sobre potenciais dissidentes. O controle era f�cil pois, dado que a educa��o nunca foi uma prioridade do governo da col�nia, o seu n�mero era baixo. Ramos Horta foi um dos controlados pela PIDE e exilado para Mo�ambique.
 Apesar disso h�, a partir desta data, um refor�o na educa��o com a forma��o de um Magist�rio Prim�rio em Dili, escolas t�cnicas em v�rias localidades e in�meras escolas prim�rias dirigidas pela Administra��o, pela Igreja e pelo Ex�rcito. Em 1973-74 havia 77% da popula��o em idade escolar a frequentar os v�rios graus de ensino. O grau de forma��o dos professores era normalmente baixo, mas melhor que nada; havia apenas 16 professores metropolitanos com forma��o apropriada. Alguns privilegiados conseguiam uma licenciatura na metr�pole mas, o controle da PIDE, permitia que apenas poucos regressassem a Timor; o normal era uma carreira noutra col�nia.
 Em 1974 d�-se em Portugal a Revolu��o de Abril. Uma das palavras de ordem era: - "Nem mais um soldado para as col�nias!". Aliado a isto houve uma grande pressa na descoloniza��o e um grande vanguardismo de esquerda.
Timor n�o estava preparado:- N�o tinha quadros pol�ticos, nem administrativos nem militares; ao passar o poder nos quart�is para o mais graduado Timorense, este foi entregue a furri�is e sargentos, alguns quase analfabetos, de l�grimas nos olhos, uns por orgulho, outros por terem consci�ncia que n�o estavam � altura da responsabilidade.
 Depois houve o c�nico contexto internacional:- O mar a Sul de Timor era o corredor de passagem dos submarinos nucleares americanos e estes n�o queriam uma nova Cuba. Para azar dos Timorenses havia petr�leo e, como dizem os nossos irm�os brasileiros, "Pobre n�o pode ter petr�leo"; aqui prevaleceu o interesse dos australianos que j� tinham acordos de explora��o com a metade Ocidental da ilha. O Ministro dos Neg�cios Estrangeiros Indon�sio, Adam Malik, avisou Portugal de que n�o devia abandonar o territ�rio.
Na v�spera da invas�o, Gerald Ford e Henry Kissinger, Presidente e Secret�rio de Estado dos Estados Unidos visitam Jakarta e d�o o seu aval � invas�o.
Iniciava-se mais um per�odo negro da hist�ria deste martirizado povo.
S� a Austr�lia e os Estados Unidos reconhecem a integra��o de Timor Loro Sae na Indon�sia.


Bibliografia

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Brand�o, Carlos   "Funu (Guerra em Timor)". Edi��es AOV, 1946
Duarte, Te�filo     "Timor: Ante C�mara do Inferno ?". Lisboa 1930
Gra�a, Maria da    "Timor entre Invasores, 1941-1945". Livros Horizonte, Lisboa 1989
Gunn, Geoffrey C.  "Timor Loro Sae, 500 anos". Livros do Oriente 1999
Leit�o, Humberto  "O R�gulo Timorense D.Aleixo Corte-Real". Edi��o do Corpo de Estudos da Hist�ria da Marinha, 1979
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